Saturday, February 20, 2010

Ser multi tarefas não é nenhuma vantagem!

Já aconteceu de você se encontrar em uma situação em que está falando ao celular enquanto caminha rua abaixo, enquanto toma um copo de café, faz uma lista de comprar mental e busca as chaves para abrir a porta de entrada?

Ou então, falando ao telefone enquanto checa as suas mensagens de email, ao mesmo tempo em que admira um carro novo em um comercial de TV?

Na verdade você não quer perder nada!

E quando você esta conversando com um bom amigo e furtivamente continua dando uma olhada no seu Blackberry? Para o guru Renny Gleeson o que você realmente está dizendo ao seu amigo é que "você não é tão importante como tudo o que posso obter através deste aparelhinho". Há 40 anos, Ram Dass dizia algo semelhante: "Esteja aqui, agora!".

Mas todos nós tentamos ou somos multi tarefas de alguma forma ou em algum grau. Thich Nhat Hanh diz que: "Quando eu bebo um copo de água, eu invisto 100% de mim nesta tarefa. Você deveria treinar a si mesmo para viver cada momento de sua vida desta forma".

Sempre pensamos que ser multi tarefas é necessário, que para ter sucesso neste mundo frenético exigem de nós que estejamos sempre alertas, sem nunca permtir que nossa atenção descanse em uma só coisa por mais de uma fração de segundo. Tentamos conseguir dicas de como fazer as coisas melhor e engenhamos como fazer tudo de forma mais fácil.

Pesquisas realizadas pelo Instituto de Transporte e Tecnologia do Estado da Virgínia, Estados Unidos mostram que a distração causada pelo uso de aparelhos para digitar mensagens, seja celular ou outro aparelho do gênero, incrementa drasticamente os riscos de causar um acidente de carro se usado enquanto se está dirigindo.

Ok, bem, dirigindo, é claro, porque exige muita atenção. Mas e no restante do tempo, ser multi tarefas está bem, certo?

"Ser multi tarefas pode 'diminuir o limite de distrabilidade', prejudicando a habilidade de fazer tarefas que requerem concentração intensa, a exemplo das artes, ciências e escrita", de acordo com o neurocientista Gary Aston-Jones, Ph.D.

De fato, isso é mostrado em testes, "... usuários multimídia estão sempre em desvantagem. Comparados com os que raramente usam mais de um tipo de mídia por vez, os que costumam ser multi tarefas tem um tempo de resposta inferior, muitas vezes porque eles se distraem mais facilmente por informações irrelevantes, e porque eles retêm informações inúteis em suas memórias recentes".

E, na realidade, nós não somos seres multi tarefas de todas formas: "As pessoas não podem ser multi tarefas de forma a ser consideradas excelentes, e quando as pessoas dizem que sim podem, elas estão iludindo-se a si mesmas", diz o neurocientista Earl Miller, que diz ainda que "o cérebro é muito bom para na tarefa de iludir-se a si mesmo". E conclui dizendo que: "na maioria do tempo, nós não podemos nos enfocar simplesmente em mais de uma coisa de cada vez, o que nós podemos é transferir nossa atenção de uma coisa a outra com uma velocidade espantosa. Transferindo a atenção de uma tarefa para outra faz com que
pensemos que estamos prestando a atenção a tudo ao mesmo tempo, mas na realidade não o estamos. O que estamos fazendo é mudando rapidamente entre duas tarefas".

E então o que acontece?

Ethan Nichtern esclarece: "... o problema com o fato de ser multi tarefas é simples: se nós temos muitos objetos em nossa mente para prestar atenção de uma vez, nossa mente não se aprofunda, nem se familiariza com nenhum deles. Com muitos pontos para enfocar-se nossa mente não se imerge, na realidade, em cada objeto, dando apenas um pequeno relance em cada um."

Só quando nossa atenção pode descansar sobre um objeto ou tarefa por um período de tempo é que nós ativamos nossa inteligência natural e aprofundamos nossa compreensão do objeto ou tarefa a ser realizada. E somente quando nos aprofundamos e nos familiarizamos é que podemos ter uma perfórmance efetiva das tarefas com discernimento e inteligência".

Fica, então, difícil de imaginar se estamos escrevendo este texto com nosso discernimento ou inteligência completas se estamos simultâneamente segurando um copo de café com leite e um pedaço de bolo, e segurando alguns livros, ou algo mais.

Voltado a Thich Nhat Hanh: "Alguns de nós, enquanto olhamos um pedaço de cenoura podemos ver todo o cosmos nele, podemos ver a luz do sol, podemos ver a terra ali presente. É como se todo o cosmos estivesse ali para nossa nutrição. Você pode sorrir e colocá-la na boca. Quando você mastiga, você está consciente de que está mastigando um pedaço de cenoura. Naõ coloque nada mais em sua boca, como seus projetos, seus medos, seus ressentimentos, apenas a cenoura. E quando você mastigar, mastigue apenas a cenoura, não seus projetos ou idéias. Você será capaz de viver este momento presente, o aqui e o agora. É simples,
mas temos que treinar para disfrutar apenas este pedaço de cenoura... É um milagre".

Ok, certo, essa idéia pode ser muito boa se você é um monge. Mas e para o resto de nós, pobres mortais?

O problema é que Thich está na realidade referindo-se a todos nós. Mas nós não esperamos estar neste nível instantaneamente, sem prática.

Para Chogyam Trungpa, "meditação é trabalhar com a nossa pressa, com nossa impaciência, com nossas tarefas constantes. Meditação provê espaço para que nossa impaciência seja funcional, para que sejamos impacientes, para que relaxemos sendo impacientes. Se nós não interferimos com nossa impaciência, então a impaciência se transforma em parte de nosso espaço. Perdemos o controle ou a vontade de controlar nossa própria 'cauda'".

Eu, particularmente, vejo o fato de ser multi tarefas da mesma forma como vejo o momento em que estou descansando no sofá.

Quando estou sentada em meditação, eu devo estar enfocada em minha respiração. Quando outras coisas surgem - e elas sempre surgem - eu não "brigo" com elas, eu apenas as observo e volto ao meu exercício de respiração tranquilamente.

E quando estas preocupações voltam, e voltam, e voltam?

Para trabalhar neste mundo frenético, fomos ensinados que ser multi tarefas não somente é possível, mas também necessário. Para mudar esta idéia podemos utilizar uma das lições de Ethan. Separe um tempo a cada dia para criar o "momento sem multi tarefas". Não necessita ser por muito tempo, cinco minutos já é suficiente para começar. Durante estes cinco minutos procure enfocar-se em um único objeto (ou tarefa) de cada vez.

Por exemplo, imagine que está no telefone com um cliente, neste momento você está unicamente com o cliente, oferecendo toda sua atenção e dedicação a esta pessoa. Ou, quando você está digitando um email, trate de enfocar-se unicamente neste email. Não é difícil imaginar a qualidade de resultados que irá obter com esta mudança.

E quando você perder a concentração, comece a fazer alguma outra coisa diferente e, ao sentir-se relaxado, coloque sua atenção de volta à sua tarefa inicial. Faça isso sem maiores problemas, sem sentir-se culpado, simplesmente como quando está totalmente relaxado em seu sofá. E, com certeza você encontrar a forma mais fácil de continuar fazendo suas tarefas, uma de cada vez... com excelentes resultados!

Vale a pena tentar!

*********************

Integral & Transpersonal Psychotherapy Center
Consultório Psicológico Online - Inglês, Espanhol e Português - 24 horas/7 dias na semana

2 Integralidades:

Vale muito a pena tentar.Precisamos tentar muito pois nos pegamos fazendo dez coisas ao mesmo tempo...Isso acontece muito mais com as mulheres,já que os homens ,se leem jornal, não escutam,se veem Tv, também não,rsrs...Muito interessante esse post!beijos,chica

Olá, gostei muito do seu post. Não sei se você conhece, mas existe aqui no Rio de Janeiro um centro de meditação que segue Thich Nhat Hanh. É um lugar muito especial, cuidado por pessoas muito especiais. Beijos e flores.

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Viver
v int viver [vi'ver]: existir, morar, continuar vivo
v t viver experimentar

Integral
adj m+f integral (integrais [ĩtə'grajʃ] pl) [ĩtə'gral] total, completo

Viver Integral é viver de forma plena e sana o único bem que possuímos em realidade, nossas vidas.

Este blog é dedicado a todos aqueles que necessitam de ajuda física, emocional, psicológica e nutricional para poder alcançar aquela que deve ser a nossa maior e melhor meta, que mais do que ser acrescentar anos a nossas vidas, deve ser a de acrescentar Vida a nossos anos para, a partir daí, viver integrada, plena, integralmente a Vida.

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Este blog é 100% espiritualista, não importando religiões, doutrinas, seitas. O que prevalece neste espaço é o amor e a bondade que advém unicamente do respeito pelas diferenças.

Aqui respeita-se o ser humano, enquanto Ser e Humano, da mesma forma que são respeitadas todas as formas de vida com anima, sejam racionais ou não, traduzindo-se em uma forma de vida mais natural e centrada.

Os artigos de nutrição e alimentação seguirão os padrões vegetarianos sob suas mais diversas formas (embora sejamos crudivoros veganos) buscando-se respeitar também aos que ainda sentem a necessidade física de algum componente animal em sua dieta, a exemplo de laticinios.

Os conselhos de saúde aqui oferecidos são de caráter puramente amador, visto que são fruto de muita leitura e curiosidade tão somente, não refletindo em nenhum tipo de conceito científico ou não pretendendo, em absoluto, substituir qualquer tipo de aconselhamento médico. Na dúvida ou na necessidade, busque ajuda médica especializada.

Os aconselhamentos psicológicos estarão a cargo de Rafael Morales, psicoterapeuta com vários anos de treinamento e experiência profissional em Psicologia e Psicoterapia Transpessoal-Integral apoiando indivíduos, casais e famílias em diferentes Centros de Saúde Mental, Educacionais e de Apoio à Comunidade na América do Sul e nos Estados Unidos, tanto pessoalmente como online, através de Intrapsyc.

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