9 Mentiras dos Rótulos de Alimentos Processados

Ler rótulos nas caixas, pacotes e latas de alimentos industrializados e processados é menos fácilo do que você imagina. Saiba como decifrar as etiquetas de nutrição para que possa aprender a separar o que é real do que é produto de marketing, unicamente.

As lojas que vendem produtos mais naturais e orgânicos normalmente oferecem produtos com menos enganos do que os supermercados normais e são, sem sombra de dúvida, uma boa fonte de produtos com fibras e vitaminas, além de vegetais frescos e frutas. Isso é fato! No entanto, quando se fala em produtos industrializados e empacotados, há algumas informações importantes que deveriam chamar nossa atenção mais a menudo. O Centro de Interesse Público para a Ciência, dos Estados Unidos, publicou recentemente um relatório importante sobre este assunto e que vale a pena levar em consideração.

Segundo Ilene Ringel Heller, coautora do relatório, "os consumidores necessitam um etiquetamento honesto, algo que lhes ajudem a gastar o seu dinheiro em comida de forma sábia e evitando as enfermidades relacionadas à má alimentação. As companhias de alimentos deveriam colocar informações de forma decente e sem a desonestidade tão comum nos dias atuais. E, de não fazê-lo, os órgãos responsáveis deveriam tomar uma providência adequada.

Produzido com Grãos Integrais

Você está parado diante de uma prateleira de supermercado escolhendo seus produtos. Em uma mão você tem um bolo Inglês do tipo que você costumava comer na infância, branquinho, cheio de pequenas fendas que praticamente imploram para que as recheie com aquela manteiga derretida que somente você sabe como é deliciosa. Na outra mão, um bolo Inglês (da mesma marca) com Grãos Integrais totalmente saudáveis ao coração "feitos com o melhor dos grãos integrais".  Ainda que de má vontade, você escolhe a opção mais saudável, já que os nutricionistas e especialistas sempre dizem que sua alimentação deve constar de, pelo menos, 50% de grãos integrais.

O que você não sabe é que farinha de trigo branca (sem nada de substancial) é o ingrediente principal deste seu produto, e que farinha de trigo integral é o terceiro da lista "indicando que o produto contém relativamente pouco deste ingrediente", de acordo com o Centro de Interesse Público para a Ciência. Uma vez mais, uma verdade - a presença de grãos integrais, mascara outra, que os grãos integrais fazem parte de apenas uma pequena porção do alimento. Alguns produtos que se orgulham de ter grãos integrais reais (não divulgaremos marcas) usam, na realidade, caramelo para dar a coloração amarronzada para que se assemelhem, no mais que possam, aos grãos integrais reais. Na realidade, de acordo com o Centro, a maioria dos pães e bolachas ditas integrais possuem muito mais sal do que grãos integrais propriamente ditos. Ou às vezes, muito mais açúcar, assim que tenha cuidado quando um produto diga que é produzido com este tipo de grãos. Vamos aprender a separar o "joio do trigo".
   
Ingredientes
Uma propaganda antiga da TV americana relacionada a um tipo de bolo de chocolate dizia: "Os ovos estão no bolo! E o leite! huuummm! E trigo! Isso sim, é nutrição!".

O que pode ser mais real do que uma lista de ingredientes? É o que podemos pensar ao ler o rótulo de uma embalagem. No entanto, de acordo com o Centro de Interesse Público para a Ciência, um delicioso bolo com dupla camada de chocolate tem como primeiro ingrediente, farinha de trigo branca enriquecida, e todos sabemos que os ingredientes são listados em ordem de maior quantidade para menor quantidade. Este bolo seria considerado nutritivo, uma vez que é feito com farinha de trigo enriquecida, certo? Afinal de contas, de acordo com a propaganda de bolo já citada, "ovos. Ovos estão no bolo de chocolate! E leite! Huummmmm! E trigo! Nutritivo!".

Sinto muito, mas o principal ingrediente do bolo de chocolate em questão é açúcar. Como pode ser possível? Apenas basta observar que o açúcar pode vir com diferentes nomes: açúcar, sacarose, glucose, xarope, xarope de milho, frutose de milho, concentrado de uvas brancas. Boom! Este bolo é praticamente feito com um terço de açúcar.

O Centro diz que os rótulos de nutrição e listas de ingredientes deveriam ser feitas para facilitar a vida do consumidor. Agrupando os ingredientes principais separados dos menos importantes, podemos fazer uma escolha inteligente de nossas compras. Qual lata de tomates, por exemplo, tem 60% de tomate e 40% de água, ou qual tem 70% de tomate? Quanta fruta existe realmente naquela barra de frutas e cereais tão saudável? Por enquanto é difícil de dizer se não temos a nossa disposição um bom kit de química.

Porções

Uma garrafa de refrigerante de 600 ml encaixa direitinho na sua mão, no porta garrafas do seu carro e pode até vir como oferta na compra de um sanduíche. Mas se você é uma pessoa razonável irá perceber que nesta garrafa de porção para uma única pessoa, existe, na realidade 2.5 porções oficiais, o que significa 100 calorias "por porção"... e 240 calorias por garrafa.

Enquanto as maiores embotelhadoras de garragas começavam a produzir os tamanhos de "porção única" atuais para os consumidores de comidas não saudáveis, muitos tamanhos de porções eram baseados nos anos 70. Apenas tente lembrar do tamanho dos refrigerantes e das pipocas que se vendiam normalmente nos anos 70 nos cinemas e compare com os tamanhos monstros atuais e pense quanto o senso de proporção de uma porção mudou nas últimas gerações.

Nossa nova noção de porção reflete, obviamente, nossa saúde atual. Quando Ha' não muito tempo um refrigerante de 250 ml era uma pequena delícia semanal, não apenas um gole entre uma e outra porção de "cheetos" (cuja porção é de aproximadamente 11 salgadinhos). E... quantas pessoas ficam apenas em 11 salgadinhos deste tipo? Ou com meia xícara de sorvete, ou mesmo uma xícara pequena de macarronada?

Ômega 3

Todos sabemos que os ácidos graxos Ômega 3 são saudáveis, mas isso não significa que todo produto que contém a palavra "saudável" assim o seja. Os órgãos responsáveis pela qualidade de alimentos permitem que algumas comidas enriquecidas com pelo menos dois dos ácidos graxos Ômega 3 tenham o anúncio em suas embalagens, uma vez que esses ácidos reduzem o risco de problemas coronários, mas somente se eles são, igualmente, baixos em gorduras saturadas e outros fatores de risco.

De acordo com o Centro de Interesse Público para a Ciência, algumas embalagens de produtos com ovos e algumas nozes podem ter a informação mal compreendida pela população "contém Ômega 3", mas nada especificamente relacionado à saúde do coração. Os órgãos de saúde proibem que produtos com ovos sejam qualificados como 100% saudáveis, principalmente se se relaciona esta "saúde" à presença de ácidos ômega 3, pelo motivo principal de que ovos são ricos em colesterol. Sabe-se que as nozes contém ômega 3, que normalmente são encontradas em alguns tipos de castanhas, mas somente uma ou duas delas foram relacionadas à saúde do coração. Estes produtos, e outros, oscilam entre a verdade e a lei, simplesmente porque eles contêm ômega 3 não significa que sejam saudáveis.

Feito com Fruta Natural

Ei, olha isso! Esta balinha contém fruta natural. Deve ser bom para meu filho.

O marketing ao redor de "fruta natural" é vulgar que para muitos compradores não passa nem pelo teste do cheiro. Mas todos nós ficamos meio idiotizados quando nos damos de cara com algo realmente gostoso. Vamos ver então o que diz as técnicas de marketing de mercado sobre o assunto.

Exemplo: Um suco de frutas para pré escolares de uma marca famosa. Na embalagem vem fotos de lindas laranjas maduras, framboesas, cerejas, pêssegos, uvas e abacaxi. No entanto, o ingrediente principal é um super concentrado de frutas que, segundo os nutricionistas é considerado apenas mais um tipo de açúcar. E não surpreendentemente, o ingrediente principal é também... açúcar e... mais açúcar (glucose de milho). É uma balinha em forma de suco. Outra marca famosa diz que seus sucos são feitos com fruta natural, mas o máximo que eles se aproximam da fruta verdadeira é o concentrado de pera (outra forma de açúcar) juntamente com o colorante Vermelho 40 (para dar a aparência de morango). E isso é tudo!

Se você quer um suco de frutas, compre frutas verdadeiras. Se você quer guloseima, compre guloseima e pronto!

0 Gorduras Trans

Como verdadeiros "Frankesteins", costumamos passear pelo supermercado buscando nossos produtos e dizendo: "Gorduras Trans são más". E é verdade, elas são péssimas. Depois de numerosos estudos mostrarem que este tipo de gordura incrementa os níveis do mau colesterol LDL e fazem cair os níveis do bom colesterol HDL, há uma necessidade urgente de que as companhias de alimentos divulguem a real existência deste componente em suas comidas (esse tipo de gordura é também chamada da "mais potente ácido graxo em termos de aumento de risco de problemas cardíacos).

Mas, enquanto as companhias reformulam seus produtos para reduzir o uso de gorduras de risco, muitos simplesmente substituem as gorduras trans por gorduras saturadas. Esta substituição é ainda pior, porque revela uma verdade: "0 Gorduras Trans!" para ocultar "continua a ser mau para seu coração".

Ovos Caipiras

Ah, o tempo da velha fazenda. Os raios do sol vindo pelas montanhas. Você se sente bem comprando "ovos caipira" sabendo que as galinhas produzem suas pequenas "conchas" repletas de proteínas estando livres e soltas nos campos. A etiqueta ensolarada e linda demonstra isso. Mas os centavos a mais que você estaria pagando para comprar "ovos caipiras" podem estar servindo para pagar o astuto profissional de marketing, em lugar do fazendeiro ético, porque o Governo não regula o uso da frase "ovos caipira" ou "ovos de galinhas caipiras" nos ovos. Legalmente falando, isso significa pouco, de acordo com o Código de Rotulagem ao Consumidor.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, por exemplo, tem regras para o uso de carnes de aves. Isso significa que as galinhas têm garantido o "luxo" de exatos 5 minutos de acesso ao campo todos os dias, um pequeno prêmio para uma curta vida que também inclui uma cortada de bico sem nenhuma cerimônia, um amontoado de aves metidas em uma única gaiola, e mais caca de galinha do que a que você jamais imaginou contemplar em suas refeições.

Aqueles ovos que você compra podem ser de uma criação ética, com espaço suficiente para que as galinhas corram pelos campos e possam bicar o solo livremente. Mas não há nenhuma garantia de que sejam "ovos caipiras", exatamente.

Fibras

Fibra é fibra é fibra. Certo? Quem teria motivos para pensar ao contrário? Você deveria ter, se conhecesse as fibras anunciadas em muitas comidas como sendo, principalmente, "pós purificados" chamados inulina, polidextrose e maltodextrina, de acordo com o Centro de Interesse Público para a Ciência. É improvável queeEstas fibras não naturais baixem os níveis de colesterol no sangue ou mesmo o nível de açúcar no sangue, enquanto as outras fibras naturais sim, podem. O Centro diz que "Atualmente as fibras estão sendo adicionadas às comidas como sorvetes, iogurtes, sucos e bebicas tanto quanto os produtores podem se gabar sobre o conteúdo de suas fibras. Mas estes produtos não contém as fontes tradicionais de fibras associadas com a variedade de benefícios para a saúde".

Pode ser que não exista nada de mau sobre a maltodextrina (feita de milho, trigo, arroz e batata), polidextrose (feito a partir da glucose e sorbitol) ou inulina (um carboidrato derivado princiipalmente das raízes de chicória e outras raízes).

Mas estes ingredientes atuam mais como agentes de baixa caloria do que provêm saúde. Para algo real, procure comidas com grãos integrais verdadeiros, frutas, vegetais e feijões.

Sabe como Medicina!

Comida não é medicina... ou é? Certos micronutrientes, afinal de contas, podem prever diabetes, curar câncer, incentivar sua inteligência, melhorar sua vida sexual, polir sua mobília, e, se você comer o suficiente, pode fazê-lo se apaixonar outra vez como da primeira...

Na realidade, os órgãos de saúde permitem que os produtores façam algumas reivindicações sobre qualidade e os benefícios de saúde dos nutrientes de seus alimentos, mas unicamente se estes alimentos se encaixam com os critérios de saúde, a exemplo de baixa gordura, colesterol ou conteúdo de sódio. Mas de acordo com o Centro de Interesse Público para a Ciência, os produtores tem abusado deste benefício. Eles costumam dizer que seus produtos "ajudam a reduzir os riscos de ataques cardíacos" sem a aprovação real dos órgãos de saúde, chegam mesmo a dizer que "ajudam a manter a saúde do coração". Esse é o principal motivo pelo qual os órgãos de saúde devem estar sempre alertas, tanto quanto nós, consumidores.

Em um exemplo mais recente, uma empresa de alimentos elaborou o rótulo para seu produto com informações que não seriam permitidos nem mesmo em alguns medicamentos vendidos sob prescrição médica. Um outro caso dizia que os cereais "ajudavam o sistema imunológico das crianças" porque, apesar dos mais de 40% de açúcar contidos, eles eram fortificados com vitaminas. "Enquanto uma deficiência severa de vitaminas pode interferir com o funcionamento adequado do sistema imunológico do corpo (e de qualquer outro sistema), não há evidência de que cereais empacotados e industrializados possam, na realidade, melhorar o status do sistema imunológico ou impedir o aparecimento das enfermidades", diz o Centro.

Algumas empresas de sucos dizem que seus produtos aumentam a inteligência das crianças, ou protegem a saúde das articulações, ou melhorarm o funcionamento cardíaco, mesmo possuindo quase um terço de açúcar.

Lembre-se: comida é comida, não medicina.

By Dan Shapley

*********************

Integral & Transpersonal Psychotherapy Center
Consultório Psicológico Online - Inglês, Espanhol e Português - 24 horas/7 dias na semana

Posted in: açúcar,alimentos,colesterol,etiquetas,fibras,frutas,frutose,glucose,HDL,ingredientes,inulina,LDL,maltodextrose,mentiras,ômega 3,polidextrose,problemas cardíacos,rótulos,saúde